Segue a cena que enviei no inicio do ano para concorrer a uma vaga na Master Class do querido Aguinaldo Silva
CENA I. QUARTO DE TIETA. INTERIOR. DIA
Continuação imediata do capítulo anterior. Perpétua leva a mão ao peito, emite um grito agudo, e cai desmaiada no chão do quarto
Ricardo (apavorado e correndo ao encontro dela) – Mãeeeeeeee! Meu Deus, será que a gente matou ela, no susto?!
Tieta – Deixe disso, menino! Vaso ruim não quebra assim fácil.
Tieta se aproxima e verifica se Perpétua está respirando
Ricardo (aflito) – É minha mãe, Tieta!
Tieta: Por isso mesmo. Conheço a peça! (Pausa) Será que não ta fingindo?
Ricardo - O choque foi grande demais pra ela!
Tieta: - Depressa! Me ajuda a botar ela na cama e corre pra buscar ajuda.
Ricardo e Tieta colocam Perpétua na cama, com esforço e se vestem, apressados. Assim que terminam, Perpétua abre os olhos
Ricardo (indo de encontro à mãe) – Graças a Deus!
Perpétua (olhando desconfiada) – Quem é você?
Ricardo (atônito) – Teu filho! Teu Cardo!
Perpétua: Filho?! Eu tenho filho?!
Ricardo: - Fala assim comigo, não, minha mãe. Me perdoa!
Perpétua: - Do que tu ta falando, rapaz? _ e olhando para o quarto – Que lugar é esse, como eu vim parar aqui?!
Tieta – É a minha casa.
Perpétua (para Ricardo) – Essa aí, quem é?
Tieta: - Ta variando, mulher?
Ricardo (sem pensar): É Tieta, minha tia, sua irmã. Mãe, nem sei como explicar o que a senhora viu...
Perpétua (cortante) – Vi? Vi o quê?! Não to entendendo nada que esse menino ta falando...
Tieta: - Perpétua, faça-me o favor...
Perpétua: - Quem é Perpétua?
Tieta: Mas que é isso agora? Vai dizer que não sabe?!
Perpétua (aos prantos) – Pobre de mim!
Tieta (desconfiada) – Pois muito bem. VOCÊ é Perpétua! Eu sou Tieta, sua irmã. Cardo é meu sobrinho, seu filho. (Pausa) - Vocês vieram me dizer algo, de repente você teve um piripaque, caiu dura e nós te trouxemos pro meu quarto.
Ricardo olha para mãe e para tia, sem saber o que fazer, mas fica quieto
Perpétua: Não consigo lembrar de nada... nadica de nada! (Para Ricardo) E quer saber? Se você é mesmo meu filho, então me leva pra minha casa! Quero ir pra minha casa!
Ricardo (erguendo Perpétua) - Vamos, mãe. Vamos pra casa.
Perpétua (olhando para Cardo e Tieta, como quem tentar reconhecer alguém) - Como é triste depender da bondade de estranhos!
Tieta (com um sorriso, forçado, acenando para eles) - Tchau, Cardo, Tchau Perpétua. Melhoras!
Quando Cardo e Perpétua saem pela porta, Tieta despenca sentada na cama, com a cabeça entre as mãos, visivelmente sem saber o que pensar.
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